Na intimidade do ser, não há por que dar espaço a raciocínios de falsa profundidade embalados em frases brilhantes e psiquismos desenfreados, pura cerebração, no lugar de nos revestirmos de solidariedade com tantos que decaem a olhos vistos, ano após ano, e não damos um passo para amparar sua queda progressiva e vertiginosa, quando não nos regozijamos com um “Eu não disse?”.
O espiritismo pode ser um preservativo contra a loucura passageira ou mesmo aquela mais encorpada, contra a reação sumariamente infantil aos desejos contrariados e mesmo contra as infelicidades causadoras mais frequentes do suicídio. Mesmo que vivamos num mundo onde a maior parte da Humanidade assegura que vê perigo em tudo quanto é lugar.
Há muitas moradas na casa de Deus, o Universo infinito, embora não sejam geograficamente localizadas nem mesmo delimitadas. Apenas uma forma de alocar os espíritos na erraticidade em seu estado feliz ou infeliz, quando libertos dos laços materiais. Moradas que variam conforme o seu grau de adiantamento, quanto ao ambiente, aspecto, as sensações que se irá experimentar de acordo com as percepções que possua. Assim é que alguns não podem se afastar dos locais onde viveram ou perambulam sem destino nas trevas, outros se elevam e se locomovem por entre espaços e mundos, desfrutando de uma Luz sem paralelo e do sublime espetáculo do infinito.
O que chama a atenção é o mau in persona, frequentemente só, atormentado por remorsos e lamentações, padecendo da tortura provocada pelos sofrimentos morais, assim como os infligidos, quando encarnado, aos seus semelhantes, sem que haja vivalma para consolá-lo.