Lula morre atirando em suas despedidas que antecedem a transmissão da faixa do primeiro operário e retirante nordestino para a primeira mulher presidente brasileira. No alvorecer de seu terceiro mandato nas mãos de Dilma, afirma que, se governou bem, deveu-se a ter conseguido nos livrar da maldição elitista que mandava os dirigentes políticos deste país governarem apenas para um terço da população e se esquecerem da maioria de seu povo, condenando-o irremediavelmente à miséria e ao abandono eternos. Todos, nessa hora, confundiam Brasil e povo: não têm jeito! Lula seguiu à risca a receita de Nelson Rodrigues e de seus ditos e tiradas que se incorporaram ao nosso idioma e cultura: não fugir ao óbvio! Não faça nada, absolutamente nada que não seja o óbvio, aconselha. Fazer o óbvio é mais tranquilo e seguro. A única coisa que fez nesse país foi o óbvio. O que seus antecessores deveriam ter feito, mas não o fizeram.