Na maioria das vezes,
eu não procuro palavras
para dizer nada.
São elas que me procuram
quando querem ser ditas.
Eu não tento ser diferente.
Só escrevo
o que a minha mente grita.
O processo é livre, espontâneo
e sempre sou verdadeira,
mesmo que o sentimento
seja momentâneo
e não seja meu.
Eu não sou importante.
Importante é Deus.
Sou apenas um canal
que transforma em poema,
ou em comunicação legível,
um conteúdo
que precisa ser lido.
Só assim eu entendo
o que a poesia faz comigo.
E longe de mim
me autoproclamar mensageira.
Isso é apenas dedicação.
Se me foi dado um dom,
a ele me entrego inteira,
de verdade.
Não fujo da responsabilidade.
Eu o encaro como um ofício
e, sim, tenho prazer,
mas não é fácil.
Às vezes é sacrifício
essa necessidade de escrever.
E se você não entender,
ou não acreditar,
mal não há,
nada preciso fazer,
te compreendo.
Porque também eu
nem sempre entendo,
nem sempre consigo,
mas aceito, respeito
e simplesmente me rendo
e prossigo.