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AS PARALIMPÍADAS DIMINUEM A IDEIA DE SUICÍDIO QUE NORMALMENTE OCORRE EM DEFICIENTES FÍSICOS

A belga Marieke Vervoot não ficou mundialmente conhecida “apenas” porque conquistou a medalha de prata nos 400 m na categoria de amputados cadeirantes na Paralimpíadas do Rio 2016, prata nos 200 m em Londres 2012 e títulos mundiais nos 100, 200 e 400 m em Doha 2015, além de quebrar recordes mundiais com rara facilidade. E sim porque, em 2008, autorizou a realização de uma eutanásia (é legal na Bélgica) se não conseguir suportar o sofrimento, numa escala ascendente, advindo de uma doença degenerativa que comprometeu suas pernas, parte da visão, e que ainda lhe acarreta dores, desmaios e não lhe permite dormir. O fato de poder escolher quando morrer lhe traz tranquilidade na vida, em virtude das dores que não cessam, sem direito a um sono repousante e sem a menor perspectiva de melhora – assim acredita Vervoot. O suicídio é a primeira coisa que ocorre na cabeça de quem nasce como Rodrigo Parreira da Silva, bronze nos 100 m na categoria paralisia cerebral e ambulante, em consequência de sua mãe, quando grávida dele, ter escorregado e caído no chão. E de quem perdeu os braços ou as pernas em acidentes infortuitos. Graças a Deus, surgiu uma Paralimpíada para valorizá-los e tirá-los do ostracismo, com seus problemas ganhando tamanha evidência que afastarão a ideia do suicídio de outrem, ainda no anonimato.

Antonio Carlos Gaio:

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