Às vezes, é preciso esvaziar espaços,
pra ocupar com outros braços
os abraços que queremos dar.
Noutras vezes, só nos falta ar
pra respirar com calma,
para limpar a alma de mágoas,
se desafogar das turbulentas águas
e suas ondas de lamentos.
O vento não leva embora nada.
O tempo não é remédio.
Que tédio esse clichê!
É você que tem que fazer.
É sua mente quem procura
a cura pro coração.
É a cor da ação, o tom,
o “não” e o “sim”
que você começa a pronunciar
em nome do fim
do que se deve mudar.
Às vezes, é só deixar pra lá.
E noutras, trazer pra cá,
pra dentro.
Às vezes as vozes não mentem,
mas é só sua voz que importa.
É preciso trancar a porta
e as janelas
e ficar em silêncio,
para se escutar.
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