O filme de Hirokazu Kore-eda é uma obra-prima, fazendo jus ao bonequinho bater palmas de pé e à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2018. Uma história de família cuja magna mensagem é valorizar os laços afetivos em contraposição à primazia que se confere aos laços de sangue, cujos segredos estão correlacionados às origens dos laços que foram compondo a família. À primeira vista, eles parecem uma família tradicional. A pretensa avó, o suposto pai, a mãe ex-prostituta, os filhos, uma criança abandonada e outra roubada da casa onde sofria violência dos pais, morando em casebre miserável assemelhado a uma favela, e roubando lojas para sobreviver. Kore-eda vai, aos poucos, desvendando para o público quais as verdadeiras relações entre esses personagens marginalizados, bem como os laços que os unem. Por que a ternura expressa em cada personagem, na cumplicidade no dia a dia de sempre fazer as refeições juntos, e no afeto demonstrado um pelo outro? Pautados pela falta de julgamentos morais. Um dos nove pré-finalistas ao Oscar de filme estrangeiro.