Os tucanos e os demos sempre acusaram o PT de lotear cargos no governo federal e não apostar na meritocracia. Como se eles, no poder, observassem critérios técnicos, de competência e éticos para trabalhar em benefício da população. Kassab, o prefeito que Serra inventou, distribui cargos entre os partidos da base no maior descaramento, dizendo que faz parte do jogo, quando está construindo um partido nacional, o PSD, com recursos da prefeitura de São Paulo, e deixando de administrar a cidade para cuidar de sua sinecura. Alckmin desmembra secretarias do governo de São Paulo dispondo dos cargos para atrair aliados. Aécio, o maior crítico do loteamento, o fez no governo de Minas com tanta eficiência, o seu slogan preferido, que há muito tempo não se ouve falar em CPI’s nas Alterosas. Quando não existe lugar nenhum em que se governa sozinho, se houver democracia. O vencedor das eleições mapeia a situação de seus domínios e entra em acordo com os que cerraram fileiras na campanha e com os que pretendem aderir. O loteamento aí se procede com um mínimo de competência. No mais, o PT possui uma máquina partidária infinitamente maior e mais bem organizada a quem recorrer, enquanto os outros partidos, quando precisam de nomes de peso, costumam pinçar tecnocratas descomprometidos com organização partidária, mas que aderem na mesma hora.