Ato falho é quando uma pessoa fala algo cujo sentido difere daquele que a sua intenção consciente gostaria de dizer.
Pode se converter num ultraje se vier a ser considerado uma calúnia quando o que foi atribuído ao interlocutor ofender sua moral ou honra.
Pouco importa se a alusão é verdadeira ou falsa, se atingiu em cheio e explodiu na testa.
O ato falho repercutindo um tipo de deslize que acaba por revelar pensamentos e sentimentos secretos que as pessoas mantêm no inconsciente, completamente desairosos às incautas vítimas que se surpreendem com o desamor que inspiram nos responsáveis por atos pelos quais não têm controle.
Logo conquistam a pecha de língua solta ou de não saberem conter o que vem à sua cabeça, passando a ser malvistos junto à coletividade por comportamento antissocial, daí nascendo um distanciamento que geralmente conduz ao sofrimento.
Pois o ato falho pode pesar na consciência como se coubesse a nós gerir o que sai do inconsciente. E muito menos o que entra e se esconde num desvão da mente, que costuma se deixar levar pelo desejo barato ou pela atração sórdida ou por aquilo que é do outro.
O ato falho é uma forma de dizer para outrem o que estava guardado há muito tempo e não lhe era permitido vazar, muito menos naquele estilo arrevesado, tentando se justificar com “não foi minha culpa”, “não era essa a minha intenção”, “saiu sem querer”.
O ato falho entrega o que somos e o que pensamos ou julgamos. Portanto, de verdade, o ato não falha.
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