Mergulhei fundo dentro de mim
e percebi um mundo sem fim,
que há muito aqui jazia,
da eu mesma de outros dias,
daquelas tardes vazias
de infância.
Fluida como dança
eu me escutava e dizia
apenas o que sentia:
o essencial.
Eu não queria crescer,
apenas ser o que já era,
o que eu sou.
Nem diferente, nem igual:
normal.
Eu estou
retornando às origens,
quando não me censurava
pela voz alheia,
nem me achava feia
por não ser tal como um modelo
de perfeição qualquer.
A beleza é ser feliz
apenas sendo,
vivendo o que se sabe,
o que cabe
na nossa verdade.
Isso sim é felicidade.
Por isso, hoje,
eu sou autoconsciência.
Nada mais feliz
do que ser essência.