Um presidente eleito por 53 milhões de pessoas nas mãos de Roberto Jefferson, que põe ministros para bater em retirada, dirigentes de estatais para procurar sua turma, além de acovardar parlamentares, colocando em xeque sua credibilidade. Condiciona a imprensa a pendurar-se em suas pelancas. Fala com o dedo em riste. Gargalha que nem uma hiena ao se refestelar com os restos de uma República. Atrai o tapinha nas costas, pois que de Judas conhece de cor e salteado. Até a juíza Denise Frossard desenrolou o tapete vermelho para o mais novo paladino da moralidade.
O Brasil é pródigo. Carlos Lacerda, Jânio Quadros, a ditadura militar. E Collor.
O eleitor que se julga mais esperto comenta que o país precisava de um cafajeste para denunciar toda essa podridão, sem medo de expor as entranhas das campanhas eleitorais e a compra de votos no Congresso. Os 300 picaretas de Lula. O partido da boquinha de Garotinho. O discurso contra o cinismo e as práticas fisiológicas de quem foi líder da tropa de choque de Collor. Jamais invoca a condição de patriota no teor de suas denúncias, na defesa da dignidade e da ética, por soar hipócrita.
Acusa todo santo dia para fugir da condição de acusado. Conhecedor do meio ambiente, não tem dúvidas de que basta investigar para comprovar. Daí levantar suspeitas sobre boa parte da Câmara para desafiar a autoridade de quem irá cassá-lo. Arrisca-se, ao manipular o clamor público explorando o mote da corrupção, para conseguir a absolvição com a popularidade alcançada.
Ao enlamear o país com sua própria lama, não tem o menor pudor em recuar quando passa da conta. Goza com a nossa cara, brincando de cantor lírico soltando balões de ensaio. Para ver como repercutem as verdades extraídas de suas experiências pelos labirintos do poder. Adora provocar o caráter másculo do Congresso para obrigá-los a reverenciarem-no diante do calibre de ameaças de quem conhece os bastidores daquele teatro como a palma da mão. O Marquês de Sade em pessoa!
Ele é também mágico, pois fez sumir da boca de cena José Dirceu. Bem como os quatro milhões do cofre do PTB. Contudo, não é homem de matar a cobra e não mostrar o pau. Vai dar com a língua nos dentes. Doa a quem doer. Não pensa em afinar, apenas em suas linhas. O tête-à-tête na acareação com o Zé é tudo que deseja. A cara feia apenas o arrola como mais um manipulador da mídia, pondo de quatro seus admiradores e adeptos da lei de levar vantagem em tudo.
Os que acreditam em Roberto Jefferson querem se dar bem.