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BATATA QUENTE PARA O SUPREMO DECIDIR SUA REPUTAÇÃO

O Supremo Tribunal Federal vive uma grande crise de consciência. Não é que tenha, a julgar pelo Gilmar Mendes e seu fiel escudeiro (Toffoli), mas é que as circunstâncias exigem. Ainda mais depois que Cármen Lúcia, a presidenta da Suprema Corte, exerceu seu voto de minerva para salvaguardar Aécio e preservar seu mandato de senador, livrando-o da cadeia, em flagrante oposição a um evidente conjunto de provas como malas cheias de dinheiro, patifarias de longa data da irmã de Aécio, achaque ao Joesley Batista (outro pilantra) e formação de quadrilha. O que está em jogo é mudar ou não o parco equilíbrio da jurisprudência do STF, estabelecida em passado recente por um placar apertado, de firmar prisão a partir da condenação em segunda instância e não mais postergando para a terceira e Supremo Tribunal sob a alegação de justiça certeira, rápida e eficiente. Se mantida a decisão, Lula, o maior líder político surgido no Brasil depois de Getúlio Vargas, unanimidade no exterior, irá para a cadeia condenado pelo juiz Moro sem provas, primando pela deslealdade e desonestidade por forçar delatores, com a corda no pescoço, a confessar o que deseja ouvir para forjar culpa. Isso com tantos bandidos soltos da classe política, especialmente a cúpula do PSDB, Temer e sua quadrilha, as administrações tucanas no governo de São Paulo nos últimos 24 anos, e por aí vai. A ministra Cármen Lúcia é que tem o poder de incluir na pauta o julgamento em plenário do habeas corpus impetrado por Lula para evitar sua prisão depois de julgados os embargos e ratificada a condenação em segunda instância. A solução hipócrita seria outro ministro levar para o plenário o julgamento de outro habeas corpus em caso idêntico, mas de menor repercussão, no qual fixar-se-ia uma tese salvacionista que seria bem a cara do Brasil. Qual? Não se sabe! Vai que ponham Lula atrás das grades e o establishment que promoveu o golpe perca a eleição em função da injustiça e da humilhação de levar Lula à masmorra de Moro, justamente depois de afundarem o país para depor Dilma – trabalho inútil! E o Supremo não está fora dessa grande jogada, já que, para o julgamento pela História, está se lixando!

Antonio Carlos Gaio:
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