Os presos políticos de Cuba estão sendo libertados pela figura fantasmagórica de Fidel e remetidos à Espanha. Lá chegando, mostraram-se ainda revoltados com Lula, que os equiparou aos bandidos paulistas por ocasião da greve de fome que vitimou o dissidente Zapata. Mas logo descobriram que se livraram de cubículos superlotados em Cuba, com ratos, baratas, lacraias e excrementos por toda parte, para uma prisão sem grades na Espanha. Surpreenderam-se em não serem donos de si nem na Espanha; cada um tinha o destino traçado – não os deixaram ficar juntos. Alojados em hospedarias onde compartilham o banheiro e quarto com outros imigrantes de diversas nacionalidades – igualito ao comunismo. Sem nem sequer serem reconhecidos como exilados políticos, já que foram perseguidos por suas opiniões e saíram da prisão para o avião. Ao caírem na vala comum dos imigrantes, sentirão mais uma vez o peso da mão do Estado no tocante à discriminação que vigora na comunidade europeia. A liberdade e a democracia decorrente da globalização esvaziaram a figura do exilado político, integrando-o a hordas de imigrantes que procuram uma pátria em busca de uma vida digna. Pois sua pátria já era.
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