Duelo entre Lula e Gilmar Mendes, à luz da posse do novo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que não dará trégua à corrupção e coibirá o personalismo no Ministério Público. Lula o preveniu quanto às pressões de nossa imprensa em querer condenar antes de concluir o processo, levando em conta a biografia dos investigados, de modo a evitar pirotecnia. Caso contrário, aparecerá um Maluf, com a Lei da Mordaça debaixo do braço, para enlamear a biografia dos procuradores e castrar suas prerrogativas e atribuições. Gilmar Mendes replicou que as verberações em favor do juízo definitivo são movidas pela indignação contra a impunidade e não provêm apenas da imprensa, que ecoa os diversos segmentos da sociedade. Não deu nome aos bois, mas um Protógenes ou um juiz De Sanctis também podem pecar por excesso, se comparados à mídia. Nem a mais breve menção de Gilmar a Daniel Dantas – símbolo da impunidade. Deixá-lo solto para prejudicar as investigações caracteriza a grife de uma Justiça surda aos reclamos de não discriminar por classe social o maior rigor aplicado nas sentenças judiciais. Perigoso se arrogar em ser a palmatória do mundo e incorrer na soberba. Corruptos existem em todo lugar e em todos os níveis, para todos os gostos, sob inúmeros disfarces. Ninguém está acima do bem e do mal. Lula já foi considerado do bem no primeiro mandato, devido à sua histórica biografia, e, em companhia de Sarney, Collor, Renan e Severino, não se preocupou em manchá-la.
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