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BOLSONARO E O SEU GENERALATO

Bolsonaro está enchendo de general o Palácio do Planalto para governar e fazer o que bem entender como um bom ditador, de modo a ninguém ter coragem de sequer pensar num impeachment contra ele, conforme vem se tornando norma no Brasil, por conta de sandices, imaturidade, brincando com a verdade, mentindo, rompantes, atos sem pensar que ele irá inventar e que poderão inviabilizar sua gestão. Como transferir a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém, numa imitação barata do gesto de Trump, ofendendo os palestinos, e provocando uma retaliação dos países árabes quanto ao comércio de nossos frangos. Se estão pensando que vão vir de pedalada ou lhe envenenar com intrigas como fizeram com Dilma ou Collor, vocês estão muito enganados! Bolsonaro está blindado com os seguintes generais da reserva e áreas: Mourão, vice-presidente; Augusto Heleno, Segurança Institucional da Presidência; Fernando Azevedo e Silva, o tal general assessor do juiz do Supremo, Dias Toffoli (nunca se viu isso antes, um general especializado em assuntos jurídicos), e agora ministro da Defesa; Santos Cruz, Secretaria do Governo, para intermediar com o Congresso (também jamais se viu antes um general escalado para dialogar com a classe política); e Floriano Peixoto Vieira Neto, que deverá ir para a área das Comunicações (inédito um militar nesse posto se não é ditadura, que aí corresponderia ao ministro da Propaganda), para tentar explicar o que sai da cabeça de Bolsonaro (tarefa ingrata). Alguns deles comandaram tropas das Nações Unidas no Haiti, em Angola e no Congo, o que dá bem os cinquenta tons de cinza de Bolsonaro, o tempo fechado que se prenuncia.

Antonio Carlos Gaio:
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