A situação de Bolsonaro vai se complicando a olhos vistos, ainda mais que Cid, seu ajudante de ordens, delatou o monitoramento do juiz supremo Alexandre de Moraes em dezembro de 2022, acompanhando itinerários, deslocamentos e localizações, seguindo a trilha apontada por sua agenda e o seu deslocamento aéreo com o objetivo de garantir a captura e a detenção logo após a assinatura do decreto de um golpe de Estado. Foram denunciadas reuniões de Bolsonaro com integrantes de sua gestão e militares para equacionar a ruptura com o regime democrático, dentre eles os subversivos Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio, Garnier, Romão, que se mantiveram calados durante o depoimento à Polícia Federal, enquanto outros já começam a se coçar para abrir a boca sem que seja necessário empregar os mesmos métodos de coerção da ditadura militar (torturas). Bolsonaro se converterá no primeiro ditador egresso das Forças Armadas que foi parar no xadrez por tentar subverter a ordem democrática, depois de ser derrotado nas urnas por margem muito pequena. Parecendo, apenas parecendo, ser um mau perdedor. Tanto assim, que já começa a implorar por anistia antes mesmo de ser condenado. O mesmo golpe utilizado pela ditadura militar em 1979 para anistiar o regime ditatorial e o seu aparelho repressor composto de torturadores e responsáveis por execuções e por fazer desaparecer os corpos. Em troca da anistia aos poucos que restaram vivos e que participaram da luta armada contra o aparato nazista que se montou. Muito embora o real pavor de Bolsonaro seja ele se transformar num presidiário, alcunha com que ofendeu Lula por tantas vezes na campanha presidencial e que agora irá se adequar de forma justa à sua personalidade de miliciano. Bolsonaro não tem a menor condição para galgar alguns degraus na escala evolutiva, tendo arrastado a credibilidade dos militares para o seu patamar. O que faz pensar num acerto de contas do destino com a realidade brasileira para resgatar o que ficou pendente no passado.