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BOLSONARO PENSOU EM FUGIR PARA A HUNGRIA

O asilo diplomático que Jair Bolsonaro poderia estar buscando em fevereiro, quando passou dois dias na embaixada da Hungria em Brasília, não é garantido pela diplomacia de todos os países. O benefício, dedicado a perseguidos políticos, é costumeiro em países do continente americano, o que não é o caso da Hungria. Bolsonaro teria batido na porta errada ou, então, criou mais uma fake news. Ou melhor, mais uma mentira. Além do mais, Bolsonaro não é um perseguido político como a esquerda foi pelas ditaduras militares nos anos 60 e 70, das quais ele foi seu fiel defensor. Bolsonaro é um bandido golpista que morre de medo de ser preso como seus amigos milicianos começam a ver o sol nascer quadrado. Ele se asilaria tentando se proteger de ser alcunhado de presidiário, como tanto humilhou Lula na campanha presidencial. Imagina se a Hungria poderia ajudá-lo a se evadir de decisões judiciais como a prisão, se o filme de seu primeiro-ministro Orbán já está queimado na Europa como líder chinfrim de direita, além de Bolsonaro, considerado um pária. Imagina se Bolsonaro, de mente tacanha, teria condições de viver num país europeu, se nem sequer em Miami se adaptaria. Imagina Bolsonaro ter ficado hospedado na embaixada da Hungria em Brasília durante o Carnaval, correndo o risco de lá ficar trancafiado para escapar ao presídio da Papuda – se saísse, seria preso. Ficaria gravado para sempre em seu currículo exemplar de miliciano. O juiz Alexandre de Moraes está cozinhando Bolsonaro em banho-maria, antes de prendê-lo, para o gado ir se acostumando a ver seu mito se consumir em provas criadas pela própria toupeira. O que deve levar Bolsonaro a pensar em tortura, se não fora ele um ardoroso defensor da metodologia na ditadura militar. Prefere a linha de perseguido e a vitimização, o que não combina com sua postura como presidente, quando cantava de galo a três por dois, agindo de forma arrogante e mostrando-se superior, contando vantagem. Bolsonaro veste um personagem a cada vez que esfaqueia o país. E de facada Bolsonaro entende.

Antonio Carlos Gaio:
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