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BOLSONARO SE ESPELHA NO PERFIL AUTORITÁRIO DE PUTIN A DECLARAR GUERRA E DIVULGAR FAKE NEWS

Na pretensão de alargar a hegemonia da Federação Russa para fazer frente à União Europeia, tentando recolocar as mãos (ou garras?) nas antigas repúblicas soviéticas, e assim sonhar em restabelecer uma cópia de segunda categoria da Cortina de Ferro, a Rússia invade a Ucrânia sob o pretexto de que a OTAN possui bases militares cada vez mais próximas às suas fronteiras, formando um cerco. Paranoia de Guerra Fria? Mas logo em meio à pandemia? A ponto de colocar as forças de dissuasão nuclear em alerta máximo! E propiciar, como contragolpe, fogo cerrado do mundo capitalista com sanções que dificultam o comércio internacional, a retirada dos bancos russos do sistema internacional de pagamentos, o bloqueio das reservas do governo russo no exterior, o que provocou uma corrida para compra de dólares no país de Putin, em pleno domingo – muitos tentaram sacar nos caixas eletrônicos e não conseguiram. Embora Putin ache que escolheu a dedo o momento de obrigar a Ucrânia a se submeter à sovietização em virtude da Europa ser cada vez mais dependente do gás que a Rússia fornece para proteger os europeus do frio e manter os fogões acesos. Mas será que valeu a pena o fechamento do espaço aéreo na Europa para as aeronaves russas e de ver banida a máquina de propaganda do Kremlin do Google e Facebook? De a ex-União Soviética ser excluída de todas as competições esportivas regidas pelo Comitê Olímpico Internacional e pela FIFA, inclusive a Copa do Mundo nesse ano, em Catar? De Putin ser considerado genocida, de cometer crimes contra a Humanidade, se não cessar fogo, as hostilidades e a invasão da Ucrânia. Se 500 mil pessoas já fugiram do território conflagrado. Putin se encontra numa enrascada, criada por ele mesmo e seus capachos, no autoritarismo em que Bolsonaro se espelha, de olho no Telegram. Quanto mais avançar, piora sua situação. Se recua e se retira do front, se desmoraliza. Se permanece onde já está, o imobilismo o condenará perante o mundo.

Antonio Carlos Gaio:
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