À primeira vista, parece um absurdo o ex-presidente Bolsonaro receber uma oficial de justiça numa UTI do Hospital DF Star, em Brasília. Para dar ciência que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado e que terá 5 dias para se manifestar em sua defesa. Os seus outros futuros companheiros de cela já tinham sido notificados. Acontece que dois dias antes (22 de abril), Bolsonaro gravou uma live com Nelson Piquet, dirigido pelo filhote senador, para fazer propaganda de um capacete (a família é sócia do piloto), campanha política para a Presidência com o “doente” se declarando como o único nome da direita, além de novos ataques a Alexandre de Moraes. A agenda de Bolsonaro ainda incluiu Valdemar, o presidente do PL, para acertar o projeto de sua anistia, e o pastor Malafaia, para dar sua contribuição às fake news, mesmo tendo sido objeto de uma cirurgia que durou 12 horas. Bolsonaro aproveitou a presença da oficial de justiça para gravar e lançar nas redes sociais uma suposta invasão e se fazer de vítima, além de se comportar como concomitantes réu e advogado de defesa para empulhar que não é golpista. Resultado: apresentou uma piora clínica, com elevação da pressão arterial, quando gritou com o enfermeiro, irritado por ele ter chamado sua atenção durante seu discurso de campanha. Parece até que já está pressentindo o julgamento duplo a que irá se submeter.
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