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BOZZANO E AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Ernesto Bozzano (1862-1943) foi um italiano de Gênova que, antes de se converter ao Espiritismo, empolgou-se com o positivismo que, à sua época entusiasmava muitas consciências.
O positivismo surgiu como evolução sociológica do Iluminismo e do nascimento da sociedade industrial – processos que tiveram como grande marco a Revolução Francesa (1789-1799). Defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Uma teoria só é correta se ela puder ser comprovada através de métodos científicos válidos. Não consideram os conhecimentos ligados a crenças, superstições, especulações metafísicas ou teológicas.
Bozzano gravitou dos postulados positivistas para uma forma intransigente de materialismo no qual o ceticismo era a mola-mestra, até que se convenceu do que parecia impossível. Que pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, tal como ele, professor da Universidade de Turim, pudessem crer na existência e na sobrevivência da alma. Foi quando resolveu dedicar-se com afinco e verdadeiro fervor ao estudo aprofundado dos fenômenos espíritas, através das obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul Gibier, William Crookes, Alexander Aksakof.
Pesquisador meticuloso, escreveu mais de trinta e cinco obras, todas de caráter científico, com o valioso concurso de 76 médiuns, dentre as quais, “A crise da morte”, que se debruça sobre as condições em que nos encontraremos após o término desta existência, que sempre dependerão do modo pelo qual nos conduzimos moralmente enquanto espíritos encarnados. Ou “Fenômenos de Telestesia”, que são transferências de ideias, imagens ou sensações (o extrassensorial em ação) de pessoa para pessoa, sem o emprego dos sentidos conhecidos, significando a comunicação à distância entre duas pessoas, que se evocam reciprocamente, o que redunda na emancipação da alma, que vem se manifestar e pode comunicar seu pensamento pela escrita ou qualquer outro meio.
De erudito pensador e cientista, Bozzano se tornou um dos mais importantes pesquisadores dos fenômenos espíritas, quando organizou um grupo experimental que, no decurso de cinco anos, pôs à prova toda a fenomenologia existente, culminando com a materialização de seis Espíritos, de forma bastante visível e de comprovação inconteste, cuja repercussão alcançou a imprensa italiana e ultrapassou as fronteiras de seu país.
A desencarnação de sua mãe, em 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma e robustecer sua crença no Espiritismo. Ao realizar uma sessão espírita no transcurso do primeiro ano em que ela se desmaterializou, Bozzano leu assombrado e emocionado uma mensagem psicografada que reproduzia os dois últimos versos que, naquele mesmo dia, a título de epitáfio, havia deixado no túmulo de sua mãe.
As manifestações espíritas, o cerne de sua jornada na Terra.

Antonio Carlos Gaio:
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