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CADA UM SE VIRA COMO PODE

A trajetória de Lula daria um filme. Retirante nordestino e presidente da República na quarta tentativa, a despeito dos brancos de olhos azuis. Mas “Lula, o filho do Brasil” não vai tão longe; se detém na ditadura atônita com a greve dos metalúrgicos e o líder sindical surgindo da fumaça das caldeiras. A família Barreto, que empresa o filme, está mais para tucano e apenas explora a popularidade alta de Lula, embora nele reconhecendo o belo exemplo de perseverança para os menos favorecidos. Os empresários que investiram na filmagem fizeram questão de colar sua marca na fama de Lula com seus próprios recursos. A mesma iniciativa privada que faz doações polpudas para campanhas oposicionistas, pouco importando quem está no poder – não sou contra nem a favor, muito pelo contrário. É um raro momento de testar se Lula, em película, é obra de propaganda ou de bajulação e se faz a cabeça do povo. Transferindo o voto para Dilma. O povo não é bobo, assegura o guardião da ética Roberto Freire, que mudou o título de eleitor para São Paulo a fim de sair candidato a deputado federal montado na máquina eleitoral de Serra. Como presidente do PPS, na asa do PSDB, vendeu-se à tese de não existir partido forte se ele não tiver uma representação sólida em território paulista. E adeus pro Pernambuco, que prefere Lula e não lhe dá mais votos.

Categories: Política
Antonio Carlos Gaio:
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