A recém-instalada CPI do Cachoeira irá levantar suas patifarias no mundo político. Vai piorar a situação de Demóstenes se provar sua vingança e cumplicidade no episódio da gravação da propina dos Correios, em que Cachoeira teria armado para incriminar José Dirceu e cassar seu mandato. O que em nada melhora a situação de Dirceu, apesar do caricato Roberto Jefferson, em seu libelo de defesa, ter a cara de pau de afiançar que o mensalão não existe. A CPI pode comprometer seriamente Marconi Perillo, governador tucano de Goiás, com o mundo da jogatina de Cachoeira – os laços de amizade interesseira são visíveis a olho nu. O que jogará por terra a altivez ética do PSDB perante o resto do mundo, pois os tentáculos de Cachoeira alcançam parlamentares do partido e até respingam no PT e no Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal. O que não dá muita margem ao PT a querer acabar com a raça do DEM, quando os demos se investem na posição ridícula de não compactuar com corrupção, se o seu crédito vale tanto quanto o outrora aplaudido Roberto Jefferson. O que dá mais motivo para o escárnio é o PMDB não apoiar ou propor CPIs através de Renan Calheiros que, positivamente, não é mais o mesmo homem desde que optou por ficar com sua senhora desprezando a amante. O que sobremaneira preocupa é a situação do juiz supremo Gilmar Mendes, que deve se declarar impedido de julgar Demóstenes por sua ligação com o senador já ter originado o famoso imbróglio de “chamar o presidente Lula às falas” em 2008, quando os telefones de ambos teriam sido grampeados, além de a enteada de Gilmar ser honrada como assessora parlamentar no gabinete de Demóstenes até recentemente. O mundo é muito pequeno, não é não?