É sempre melhor o casal parar de discutir, calar a boca e se beijarem. Para descobrirem que tudo fica às mil maravilhas no beijo selado que interrompe a disputa entre duas mentes que se engalfinham à toa. Para apenas provar que um tem mais razão do que o outro. Nada que um beijo não transforme em pó a aleivosia de se achar mais. Ou provar que não é menos. E o pior é que na hora de uma discussão séria, por decidir o futuro sombrio do casal, o beijo é associado ao lugar-comum do sexo e que depois tudo continuará como antes. Minimizando o beijo e pondo em dúvida o desejo, que não resistirá ao amanhã. Como se a atração física fosse pouca porcaria. Como se o amor não permeasse o beijo e não vencesse o tempo recheando as lembranças da terceira idade, quiçá até juntando casais que julgavam tudo acabado. É muito pessimismo para o poder que um beijo prova e comprova: que existe amor nesse mundo selvagem. Daí a surpresa quando o beijo estanca de chofre a divergência e o desentendimento.
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