A mídia tucana, para não se queimar com receio do julgamento do mensalão do PSDB, está escalando bois de piranha para lembrar um réu ausente: Lula. Como os juízes supremos pouco estão se importando com provas documentais, seguindo a lógica de um roteiro traçado pelo procurador, José Dirceu será condenado por comandar os operadores cruciais do mensalão em razão de sua inquestionável autoridade política. Os antilulistas lamentam-se ao constatar que perderam uma excelente chance de colocar Lula no banco dos réus, pois de seu pedestal entendem que ele era muito mais um chefe de governo do que chefe de Estado, o beneficiário maior da corrupção que alimentava um sistema de poder. Mas se a oposição, por ocasião da CPI, já se acovardara diante de votar o impeachment, receando acabar marcada e banida da política nas eleições – aliás, como veio a acontecer com a maioria. Seria falta de maturidade do Supremo Tribunal Federal se meter nessa briga de Lula e PT contra PSDB, elite e mídia para desencadear uma crise entre poderes, ainda mais que Lula conquistou no segundo mandato um nível de aprovação que bateu no teto. Poderia ficar flagrante que todos, magistrados, políticos e mídia, estavam irmanados no consenso golpista para derrubar Lula. Por unanimidade, o Supremo ignorou as pressões sobre Lula e evitou entrar numa fria.
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