Do capítulo das revelações de Allan Kardec enviadas pelo Mundo Espiritual. Pressentimento é o conselho íntimo e oculto de um Espírito que lhe quer bem. Ele também está presente na intuição da escolha que iremos fazer: é a voz do instinto. O Espírito, antes de encarnar, tem conhecimento do que está por vir, das principais fases de sua existência, isto é, do gênero de provações nas quais ele irá se engajar, de caráter tão marcante que conserva uma impressão forte no que existe de mais profundo em nossa intimidade, que nada mais é do que o despertar da voz do instinto à medida que o momento da encarnação se aproxima, para se tornar no pressentimento.
Os Espíritos protetores nos ajudam com seus conselhos através da voz da consciência que eles acionam e fazem falar em nós. Mas como não damos a importância necessária, eles se tornam mais diretos se servindo das pessoas que nos cercam, já que, em muitas ocasiões, não aproveitamos os conselhos que poderiam ter evitado os desentendimentos se os tivéssemos escutado.
A ducentésima primeira intervenção espiritual, em 20 de outubro de 2023, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 109 (“Nisto conheceremos”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 5 (“Bem-aventurados os aflitos”), itens 9 e 10 (“Causas Anteriores das Aflições”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Os Espíritos protetores podem até nos encorajar a amparar com sinceridade os que nos aborrecem e mesmo os que nos caluniam com golpes maldosos, para vislumbrar nos adversários verdadeiros instrutores e bendizer as lutas como aperfeiçoamento das almas, esquecendo as perturbações humanas para construir o bem, ao descortinar ensejos de servir por toda parte ao invés de se preocupar em ser entendido ou recompensado.
Todos os sofrimentos suportados no mundo material não se vinculam necessariamente a erros ou falhas, se são, na maioria das vezes, decorrentes de provas escolhidas pelo Espírito para apressar sua evolução ao longo de um processo gradativo e progressivo de transformação. A expiação sempre se serve da provação, já a provação nem sempre é uma expiação. As expiações são mais conhecidas pelas aflições que provocam queixas e lamentos, fazendo o homem, revoltado, se voltar contra Deus.
Provas e expiações são sempre sinais de relativo atraso ou inferioridade, mas ao querer avançar mais, há que pressentir se a escalada na presente encarnação evidencia qual a missão por cumprir. E abraçá-la no caso de encontrar o bem e conjugá-la com seu espírito. É uma prova de firme decisão, o que já é indício de progresso, de saber escutar a voz que ecoa do que há de mais profundo no seu interior, encorpada pela consciência adquirida e com afiado instinto, pressentindo o que está à sua volta e até descortinar o que o futuro irá lhe reservar.