Restringir-se às fórmulas religiosas e cercar-se da beatitude imperturbável é subtrair-se à luta e isentar-se da responsabilidade e esforço, entregando-se à inatividade ao negligenciar as necessidades do serviço, do qual devemos todos ser colaboradores fiéis da grande obra que é construir a vida. Para isto, servimos.
Não há como se manter por mais tempo nos bancos escolares da experiência humana como alunos preguiçosos e sem noção do que transcorre em sucessivas encarnações sem que se integrem às turmas de bons obreiros, devidamente preparados para os testemunhos dos ensinamentos recebidos. A movimentação em busca do bem traz sofrimento em seu percurso, causado pela incompreensão, e exige a aplicação da lei de permuta, na qual as partes se obrigam, recebido um benefício ou graça, ou mesmo os tornado capazes de encontrar a salvação, retribuir na mesma moeda humanitária, sem que haja o envolvimento de dinheiro de qualquer espécie, interesses em questão ou resgates de dívidas de qualquer ordem.
A ducentésima nona intervenção espiritual, em 9 de fevereiro de 2024, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 117 (“Para isto”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 5 (“Bem-aventurados os aflitos”), item 20 (“A felicidade não é deste mundo”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Não sou feliz! A felicidade não existe para mim! A felicidade não é deste mundo! De fato, nem a fortuna, nem o poder, nem mesmo a juventude em flor são condições suficientes para a felicidade. Nem no meio das classes mais privilegiadas, se pessoas de todas as idades se lamentam amargamente da condição de suas existências. Enquanto as classes trabalhadoras invejam com tanta cobiça a posição daqueles que a riqueza parece ter favorecido. A felicidade é uma utopia em busca da qual gerações se lançam sucessivamente sem jamais alcançá-la, já que, se o homem sábio é uma raridade na Terra, o homem totalmente feliz não se encontra um para contar sua história. Se um ano, um mês, uma semana de completa satisfação se esgota numa sucessão de amarguras e decepções. Então, a Terra seria uma grande penitenciária? Ou o objetivo seria preparar um mundo para as futuras gerações, onde a felicidade não será mais uma palavra sem valor?
Para isto, servimos. Não para servir como servo e sim para transformar a vida numa grande obra e almejar a felicidade. Retirá-la da utopia no universo celeste e nem por um momento permitir que a ilusão desvirtue o verdadeiro sentido da felicidade.
Apressa-te, visto que cada dia de retardo é um dia perdido para abraçar a tua felicidade, conforme aconselham os Espíritos em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.