CAPÍTULO 210 – NÓS AINDA TEMOS CHANCE DE NOS TORNAR MELHOR

Victor Hugo foi romancista (“Os Miseráveis”), poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos e de grande atuação política na França, como senador. Como homem do século XIX, lutava pela abolição da pena de morte, na qual a guilhotina chegou a ser um dos símbolos mais significativos de seu país, desde a Revolução Francesa. Victor Hugo dizia que não devemos jamais retirar o direito à vida de um ser humano nem a possibilidade dele se tornar melhor. É um direito sagrado a que faz jus todo ser encarnado, o que nos remete à questão maior da reinserção do indivíduo na sociedade, seja ele banido de seu meio e isolado da coletividade, miserável ou excluído da ordenação com que se pretende regular a convivência entre as pessoas. Caso contrário, é você se afundar na maldição de sua própria origem. Nós ainda temos chance se acreditarmos na espiritualidade presente acima de todas as coisas.
Mas sem fazer uso da queixa ou de qualquer alusão amargosa, se a sombra é quem pede luz para ser melhor enxergada e compreendida, se a dor reclama é por alívio, ou não é o mal que requisita as forças do bem? Se deres ouvidos às queixas, isso te encaminhará à perturbação. O vício imperceptível em se queixar distrai as pessoas bem-intencionadas e as faz esquecerem que nós ainda temos chance de nos tornar melhores.
A ducentésima décima intervenção espiritual, em 23 de fevereiro de 2024, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 118 (“Queixas”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 5 (“Bem-aventurados os aflitos”), item 21 (“Perda das pessoas amadas. Mortes prematuras”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Criaturas humanas, ainda temos chances se nos elevarmos acima do plano terreno da vida, segundo nos alerta Allan Kardec, para compreender que o bem está muitas vezes onde se acredita ver o mal, e a sábia previdência, onde se acredita ver a cega fatalidade do destino. Por que insistir em comparar a justiça divina com a justiça terrena, que comprova diariamente ser cada vez mais injusta? Nada se faz sem um objetivo inteligente e tudo o que acontece tem sua razão de ser. Se meditasse melhor sobre o porquê das dores que o alcançam, encontraria sempre uma razão regeneradora de caráter divino, que relegaria seus interesses a uma ordem secundária, e considerados desprezíveis no Plano Espiritual.