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CAPÍTULO 213 – DESILUSÃO É A VISITA DA VERDADE

Segundo Chico Xavier, “a desilusão é a visita da verdade”, abrindo a porta para alargar sua visão e não se deixar levar pelas ilusões ou mentir para si ou até mesmo interromper a mentira alheia. Visto a verdade, via de regra, incomodar, costumando acovardar quem não a enfrenta, amedrontado por recear perder o mundo à sua volta, e a colocar panos quentes para apaziguar os ânimos diante de confusões que se instauram e nunca cessam de nos perturbar.
Se uma decepção surge sem bater na porta, é para sinalizar aos que estavam enganados a respeito de seres humanos, juízos firmados e expectativas quanto à mentira, à omissão ou aos panos quentes, que nunca retiram do impasse o intimidado pelas provações na presente encarnação, que apenas disfarçam o que de fato o incomoda e o que não deseja ser revelado. Precisa de amigos valiosos que lhe entendam os propósitos, esquecido de que as afeições, tanto quanto as plantas, reclamam do cultivo adequado.
A ducentésima décima terceira intervenção espiritual, em 5 de abril de 2024, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 121 (“Amizade e compreensão”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 5 (“Bem-aventurados os aflitos”), item 24 (“A verdadeira infelicidade”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Quanta infelicidade dos que fogem às suas responsabilidades e tentam se esconder nas frestas por onde passam! A infelicidade não é somente para aqueles que apenas veem o presente, circulando pela miséria, inundado em lágrimas, esbarrando no credor exigente e com o coração partido, premido pela angústia da traição, dentre outras circunstâncias adversas. Mas a verdadeira infelicidade está mais para as consequências de um fato do que nele próprio. Ou não é na realidade mais infeliz do que aquele fato que à primeira vista causa uma viva contrariedade, mas que posteriormente acaba produzindo o bem?
As provações, credoras impiedosas e implacáveis de nosso Espírito, observam nosso repouso enganador embalado pelas ilusões, podendo nos despertar com infortúnios se perceber nossa alma enfraquecida pela indiferença, tendendo à alienação. Quando a consciência se torna estranha a si mesma, afastada de sua real natureza, que equivale à realização plena de sua essência espiritual.

Antonio Carlos Gaio:
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