O sentimento de justiça está presente em toda parte da Natureza, tanto que basta sobrevir um pensamento que ressalte uma injustiça, para nos causar revolta. O progresso moral desenvolve sem dúvida o sentimento de justiça, mas Deus o colocou no coração do homem, e não na mente. Se o desejo de cada um ver respeitados os seus direitos o obrigar a respeitar o direito de seus semelhantes, impondo deveres recíprocos. Caso contrário, ofende a alma dos que se sentem injustiçados. Eis porque se encontram realçadas as noções mais exatas de justiça dentre os mais simples, primitivos e despossuídos do que no círculo dos que acumulam saber. O de querer para os outros o que gostaria para si mesmo. Deus não poderia nos ter suprido com melhor guia do que a nossa própria consciência, ainda mais se movida pelo coração e solidariedade, temperada pelo bom senso.
Embora o primeiro de todos os direitos naturais do homem seja o de viver e, por isso, ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante nem nada fazer que possa comprometer sua existência corporal. Daí sendo imperioso a boa vontade e gentileza para com todo mundo, indulgência pelas imperfeições dos outros e perdão das ofensas.
Deus também supriu todos os seres viventes com o instinto de conservação, do qual procuram zelar, conscientemente ou de forma automática, de maneira a fortalecer sua necessidade de viver e permitir dar continuidade ao seu processo evolutivo, objetivos esses de que nem se dão conta ou só sentem instintivamente.
A ducentésima vigésima sétima intervenção espiritual, em 18 de outubro de 2024, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 135 (“Pais”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 7 (“Bem-aventurados os pobres de espírito”), itens 7 a 9 (“Mistérios ocultos aos sábios e aos prudentes”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Mas o poder de Deus também se manifesta em questões menores. No tratamento dado aos incrédulos. Deus não quer abrir seus olhos à força, enquanto lhes convier mantê-los fechados. Sua vez chegará, vencidos pelas aflições da incredulidade, precedidas pela angústia originada de sua insatisfação crônica e a mão pesada que se abaterá sobre seu orgulho, ao sempre afirmar que “Tudo é obra do acaso!”. Como se eles estivessem no controle de suas vidas para estabelecer exigências!
Para que protelar esse acerto de contas? Não seria melhor mostrar-lhes pessoalmente fatos sobrenaturais para tirar qualquer dúvida dos incrédulos mais resistentes? Mas que mérito eles teriam? E de que isto serviria? Se, todos os dias, eles se negam à evidência, e até mesmo dizem: “Se eu visse, não acreditaria, pois sei que é impossível!”.
Os incrédulos ainda não estão preparados para aceitar a realidade do Espírito que os habita e muito menos seu coração senti-lo. Dia virá que se lançarão por si mesmos nos braços de Deus e, como filhos pródigos, Lhe pedirão perdão!