Se Marcos Valério já tinha sido o artífice que organizou e montou o mensalão do PSDB em Minas, sob o comando do senador tucano Eduardo Azeredo, não seria razoável não haver um capo para gerir o tesoureiro Delúbio, o Banco Rural e a base aliada com o objetivo de comprar apoio e sustentar a governabilidade do governo Lula. Se foi para pagar dívida de campanha ou botar no bolso, isso não vem mais ao caso. José Dirceu era o cara. Pouco importa agora se as provas mais contundentes foram o disse me disse, um delator da espécie de um Roberto Jefferson e uma viagem a Portugal. Quem mandou Dirceu ser tão onipotente e Marcos Valério ter o dom da ubiquidade? Daí a sagrar Joaquim Barbosa como o nosso rei e salvador da pátria, calma lá! Assim como JB pode ser considerado como o maior responsável pela condenação dos petistas envolvidos no mensalão, também o é por desmembrar o processo do mensalão do PSDB (relator nos dois casos). O que significa não submeter a quadrilha tucana ao crivo do Supremo Tribunal Federal, conforme feito com a quadrilha petista e demais coadjuvantes. Quando ambas são conexas e a origem se deu no laboratório tucano. Joaquim Barbosa, que de inocente não tem nada, resolveu fatiar, fragmentar e reduzir a importância da origem do escândalo do PSDB de Minas. O que significa que o eminente ministro concorreu para atenuar as penas ou procrastinar as condenações de 13 dos 15 réus da quadrilha tucana, se considerarmos que instâncias outras do Judiciário são soberanas e podem propiciar conflito de decisão, configurando flagrante injustiça se confrontada com o rigor observado pela Corte Suprema no julgamento do mensalão. Para salvar as aparências, Joaquim Barbosa ofereceu em troca o senador Azevedo para ser julgado pelo Supremo, que equivaleria ao José Dirceu como chefão da máfia que necessita da recuperação moral apregoada por FHC. Dois pesos, duas medidas.
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