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CAPÍTULO 36 – JOSÉ DIRCEU, DE GUERRILHEIRO A CHEFE DE QUADRILHA

O núcleo condenatório formado no Supremo Tribunal Federal para o julgamento do mensalão decidiu por condenar José Dirceu como chefe da quadrilha com seis votos, de Joaquim Barbosa, Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto, contra dois votos do núcleo absolutório, também conhecido como defensor do PT, integrado por Lewandowski e Toffoli, que se somaram aos dois votos de Rosa Weber e Cármen Lúcia, compondo o núcleo de mulheres independentes e moderadas que inocentaram o ex-líder estudantil que foi preso em 1968 por atentar contra a segurança nacional com suas ideias esquerdistas. Solto em 1969 com outros prisioneiros políticos em troca do embaixador americano sequestrado por grupos armados contra a ditadura militar. Exilou-se em Cuba para voltar com a fisionomia transformada por uma cirurgia plástica e se esconder no interior do Paraná para casar-se com uma mulher que desconhecia sua verdadeira identidade e que lhe deu um filho, batizado com o seu nome. Com a redemocratização, foi um dos fundadores do PT, elegeu-se por vários mandatos como deputado estadual e federal, conquistou a Chefia da Casa Civil, à direita de Lula presidente, até Roberto Jefferson se tornar o seu carrasco no escândalo que aumentou sua fama por atentar contra o estado democrático de direito. Caiu seduzido pelo poder, pelo centralismo que o tornou um alvo fácil, pela falta de autocrítica, por tudo aquilo que deveria ter aprendido como guerrilheiro na cartilha do comunismo.

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Antonio Carlos Gaio
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