Com apetite incomum, os juízes em sua maioria absoluta assumiram o papel de carrascos para limpar a História do Brasil maculada por tanta corrupção e impunidade até se depararem com a tal da dosimetria e começarem a abandonar a nau capitânia na qual Joaquim Barbosa os conduziu até aqui. O ministro Fux então, com aquela pose toda, só fazia o que seu mestre mandava. Bateu o bom senso em Marco Aurélio, Celso de Mello e Ayres Britto, que passaram a ouvir as ponderações sempre equilibradas do ministro Lewandowski e sopesar as penas. O mesmo Lewandowski que é tão achincalhado pela comunidade que se formou em torno do homem de preto possuído por Exu, a apadrinhar sua sanha condenatória. As opiniões políticas desse nosso Batman, típicas do pensamento colonizado de se deslumbrar com tudo que vier do Primeiro Mundo, não se ajustam ao momento delicado que a dosimetria representa, já que, se dependesse dele, aplicaria a pena de morte ao chefe da quadrilha. Quando as sanções penais têm que guardar coerência entre a maior ou menor importância dos réus. Forçoso reexaminar o conjunto das penas de cada réu para prescrever a dose certa do castigo.