Na Zona Sul de São Paulo, o ministro Lewandowski não pôde votar sossegado em Haddad. Foi xingado de bandido, corrupto, ladrão e traidor por não estar condenando à imagem e semelhança de Joaquim Barbosa, que mandou pro pau 97% dos réus, enquanto Lewandowski puniu 70% e absolveu José Dirceu. Esses baderneiros são fascistoides que não querem justiça e sim justiçamento. Limitados ao seu curto raciocínio, não compreendem que é da divergência que nasce a luz e proporciona maior credibilidade a decisões tomadas em regime de turma, grupo ou colegiado. A unanimidade é burra, conforme assegura Nelson Rodrigues. O tribunal não é fundamentalista, muito embora os maus modos e a falta de trava na língua de Joaquim Barbosa dê a entender que sim. E é essa conduta de homem durão que empolga os fascistoides e os leva a exigir dos outros supremos juízes um tratamento de carrasco, quando, na verdade, eles gostariam de encarnar o papel de carcereiros para impor maus-tratos aos réus, condenados, aos prisioneiros do mensalão.