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CAPÍTULO 50 – JOAQUIM BARBOSA, O PONTO FORA DA CURVA

O ministro Luís Roberto Barroso sintetizou bem o julgamento do mensalão como sendo natural se indignar contra a histórica impunidade das classes dirigentes no Brasil, mas o Supremo Tribunal Federal não pode confundir o discurso político com o discurso jurídico quando exacerbou seletivamente as penas no caso de formação de quadrilha para evitar a prescrição (a não punição) e deixar os condenados mais tempo na cadeia em regime fechado – em patamar discrepante dos parâmetros utilizados para outros delitos do mesmo processo. Confirmado pela falta de controle emocional de Joaquim Barbosa em plenário, irritado com a absolvição de José Dirceu e dos demais por não terem formado um bando, comparados que foram pelo ministro Fux ao bando do Lampião. O que deslustrou o hercúleo trabalho de Joaquim Barbosa para condenar os mensaleiros de cabo a rabo, baseado na trama montada pela acusação na CPI do Mensalão, e que lhe conferiu popularidade e substancioso estímulo para ingressar na política partidária – o ponto fora da curva.
Antonio Carlos Gaio:

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