Políticos como Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson sempre conseguem se eleger. Mesmo com sua trajetória que não deixa dúvidas quanto ao que são capazes de fazer no usufruto de seu mandato. Ambos são réus. Se condenados, não haverá injustiça ao que já aprontaram, em razão de sua folha corrida envergonhar até o mais alienado dos seres. Para impedi-los de obter mandatos, só cassando-os com base na ficha suja. Embora ninguém no julgamento do mensalão possa pretender absolvição para ganhar uma medalha no peito de bom comportamento, o processo aborda fatos extremamente graves do ponto de vista moral, reconhecidos até pela defesa de Valdemar, mas que podem não encontrar acolhida no campo penal – levá-los pra cadeia. Só se os juízes resolverem ser extremamente criativos, falando o que pensam e sentenciando o que achar correto, mas abrindo sua linha de raciocínio para debate entre seus pares. Até para tornarem suas decisões mais transparentes e os leigos, através da TV, entenderem melhor, desde que a discussão não desvirtue para um ambiente de mercadão ou de leilão. Não vai ser fácil. Não se deve comprimir o tempo necessário para o juiz dissecar sua sentença, até para podermos avaliar o grau de justiça ou de injustiça nela contida. O propósito abjeto dos que lutaram para acelerar o andamento do julgamento, de modo a explorar eventuais condenações já nas campanhas eleitorais para prefeito, terá que ficar em segundo plano. A necessidade de fazer justiça para combater a corrupção no Brasil bate de frente com o não se poder condenar, se houver dúvida do ponto de vista jurídico, caso as provas e os indícios não reúnam convicção em cada cabeça, uma sentença.
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