A cada dia basta a sua aflição. De se bastar com o que come, bebe e se veste. Como dará conta de seu dia, com o que fazer, garantir sua sobrevivência, se uma simples queda no chão úmido o impossibilita de voltar a tocar seus compromissos e ocupação e o deprime, deixando-o isolado em casa. Se tímido e de caráter discreto, tudo piora. Já que há ainda mais por conquistar, por progredir. Porém, se achar que tudo conquistou, aí estaciona e o espírito reduz-se à passividade. Suas forças físicas e intelectuais falecem no frescor de suas atividades. Se o seu normal fosse esse, viveria sem ter nada por fazer. Jamais teria migrado do estado primitivo para a efervescência da criatividade que caracteriza cada encarnação.
Se nem sempre vêm em seu socorro, ao menos é inspirado por ideias com as quais encontra os meios de se livrar das dificuldades por si mesmo. Jamais o abandonam se permanecer depositando sua confiança na Divina Providência em concomitância com a continuidade de seu trabalho regular.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima quinquagésima terceira intervenção espiritual, em 5 de novembro de 2021, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 61 (“Também tu”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 25 (“Buscai e achareis”), itens 6 a 8 (“Observai os pássaros do Céu”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Contudo o homem, um eterno insatisfeito em seus desejos, nem sempre se contenta com o que tem. O necessário nunca lhe basta, precisa correr atrás do supérfluo. Nesse particular, a Providência Divina deixa-o entregue à sua própria sorte, à mercê de suas escolhas, tornando-se infeliz ao ignorar a voz interior que adverte sua consciência. Sofrendo as consequências a fim de que lhe sirvam de lição para o futuro.
A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes quando plantar, colher e distribuir segundo as leis da justiça, da caridade e do amor ao próximo. Se a todos não for garantido o direito de se sentar à mesa para comer, ou se desperdiçar o excedente do que não conseguiu comer, ou se os vermes se servirem do que está sendo estocado nos celeiros, sinal de que o egoísmo prevaleceu no apego demasiado aos bens materiais em prejuízo dos valores espirituais.
Aprendei a sacrificar a materialidade dos costumes em benefício da espiritualidade que deve estar presente no coração dos homens. Se Cristo assinalou: “Não acumuleis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas acumulai-os no Céu, onde são eternos”. A despeito da presença contumaz de não se contentar com o que tem e se empanturrar do supérfluo se tornar um verdadeiro vício que deixa o ser humano cativo do desnecessário, exclusivamente da aparência e da superficialidade, beirando a extravagância e o exibicionismo vulgar, se Deus o criou sem roupas e sem abrigo, mas deu-lhe inteligência para fabricá-los.