À passagem do ano rumo a 2022, só se comentava o reforço para se vacinar, manter os cuidados protetivos contra a Covid, como recuperar seu emprego perdido ou mesmo fisgar um arremedo de renda para abrandar a miséria, mas sequer se abordava o quanto a pandemia e o vírus nos retiraram das condições supostamente normais a que estávamos acostumados a viver no planeta, o que não significa que estivéssemos adaptados ou mesmo ajustados à ordem geral das coisas neste Universo. Não mais nos foi permitido retornar ao estágio anterior de evolução. Havia que tirar o trem da linha. Que linha? E agora, para onde levar esse trem mastodôntico? O que será de nós, da Humanidade? Se antes já era difícil manter-se em equilíbrio em meio à injustiça, pobreza e miséria mental, à perversidade política, apegados às ideias ainda atreladas à escravidão e exploração pela disputa de privilégios, para onde irão nos remeter? Se depende de nós escrever essas mal traçadas linhas e desenhar o nosso novo caminho.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima quinquagésima sétima intervenção espiritual, em 14 de janeiro de 2022, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 65 (“Cultiva a paz”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 26 (“Dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente”), itens 7 a 10 (“Mediunidade gratuita”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Os médiuns recebem igualmente de Deus o dom gratuito de serem os intérpretes dos Espíritos para instruírem os homens a escolher o melhor caminho para atravessar a floresta das incertezas. Embora não haja um único médium no mundo que possa garantir a obtenção de uma manifestação espírita e num determinado instante. Não se pode dispor de algo que não se possui. A mediunidade não é produto das concepções dos médiuns, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais, nem se assemelha aos que leem a sorte e nem mesmo é uma profissão para se colocar à venda. Não é nem uma arte, nem um talento, mas cabe desenvolvê-la pelo estudo e pelo trabalho quando se dedica à missão diária e religiosamente. Se os Espíritos sentirem algo de interesse egoísta ou inescrupuloso, imediatamente se afastam dos médiuns, que devem ser norteados pela humildade, abnegação e o mais absoluto desinteresse moral e material.
Em verdade, há muitos desesperados na vida humana. Por favor, cultivem a paz! Todos rogam a paz no planeta atormentado por horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela. Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível que trabalhe intensamente seu mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação e inquietação para com os desígnios de Deus, a exigir que a tranquilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos. Há que evitar as manifestações de desarmonia em prol da necessária preparação espiritual.