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CAPÍTULO CLXVII – SE OS IDEAIS SE ELEVAM, AS ESPERANÇAS AUMENTAM

“Se não estou enganado, completo hoje 1554 dias de suposta separação” – não sem meu pai trazer uma nota de humor ao seu desencarne na mensagem espírita de 13 de outubro de 1983. “Tempo de saudade, reajuste, revisão, remanejamento da própria personalidade, a fim de que nos vejamos mais profundamente adentro de nós próprios. A desencarnação é isto: um passo adiante, sem maiores alterações na paisagem. Os quadros em que se nos desdobram as novas lutas, sem dúvida, são diferentes no contexto geral. Mas, em nosso próprio íntimo, a vida é continuidade com renovação, prosseguimento de trabalho, com a mudança de entendimento. No entanto, as esperanças são mais amplas porque os ideais se elevam e se espraiam em novas dimensões. O crescimento do trabalho nos infunde energias constantes e a criatividade para o bem na colmeia dos colaboradores é motivação respeitável para que nos esqueçamos em serviço, de modo a reencontrarmo-nos a cada dia, com mais segurança, na procura de nossas realizações, à frente da vida. Sei que as atividades em que nos integramos uns com os outros não nos permitem qualquer lapso de memória. Estamos unidos, tanto quanto no primeiro dia em que nos reencontramos para iniciar a presente jornada de amor aos semelhantes.” “Somos os mesmos nos dois mundos: aquele que nos serviu de moradia e este outro que nos surge à feição de verdadeira escola”, enfatizou em outra mensagem de 18 de julho de 1985.
Ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança, que costuma iluminar períodos de trevas, quando predominam atritos, o ranger de dentes e o ódio, o negacionismo que costuma acenar uma situação falimentar, à impossibilidade de prosseguir e avançar, e nos remeter a labirintos incontornáveis. Se não fora a esperança iluminar à maneira do Sol, despertando propósitos que bem podem significar a redenção do ser humano, ao descerrar visões mais elevadas do seu ser.
A centésima sexagésima sétima intervenção espiritual, em 3 de junho de 2022, que passou a ser presencial na Fundação Marietta Gaio, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 75 (“Esperança”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 27 (“Pedi e obtereis”), item 22 (“Maneira de orar”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
À prece, inútil pedir para encurtar vossas provações. Lembre-se que um dia, quando na flor da idade, abjurou Deus por não se ocupar conosco e, por essa razão, o mundo acumular tantas injustiças. Rogai-Lhe para vos conceder os bens mais preciosos: a paciência, a resignação e a fé. Se fizerdes um exame acurado de vossa consciência, lá encontrareis quase sempre o ponto de partida dos males dos quais vos lamentais.
Ainda assim, mesmo que mergulhe na descrença ou na dúvida, imensas continuam a ser, até hoje, as nossas quedas. Os erros são próprios da escola evolutiva, e não nos percamos em lamentações. Ergamos a cabeça e prossigamos, convictos de que a Luz da esperança acenderá em nós a luz da espiritualidade.
As esperanças são mais amplas porque os ideais se elevam e se espraiam em novas dimensões, já dizia Meu Pai.

Antonio Carlos Gaio:
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