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CAPÍTULO CLXVIII – A MORADA DO PAI

Não cabe impingir os princípios da fé a outrem. As polêmicas acabam por destacar os polemistas. As discussões intempestivas acentuam os discutidores em sua veemência. Puras pregações de palavras abrilhantam oradores se exaltando com frases de efeito e movidos a deslumbrantes ornatos da forma. Há que se curar do crescimento excessivo do “eu”.
Em mensagem espírita de 24 de julho de 1983, quatro anos depois de seu desencarne, meu pai Jorge Manoel Gaio me surpreende ao confessar que, aí na vida física, se habituara aos textos curtos através de cartas em que o essencial prevalecesse. Eu bem me lembro de sua única carta dirigida a mim, em junho de 1979, a um mês de seu falecimento, quando eu estava em Paris, por motivo de estudos. Não a acolhi bem, inconformado por ele ter sido tão sucinto, logo num momento único de nossa história, e que não mais se repetiria enquanto encarnados. Nessa oportunidade, eu não estava tão próximo dele, espiritualmente, como hoje.
Na mensagem, ele traz novas luzes: “Acontece, porém, que na atualidade me vejo sobre outros climas espirituais em que necessitamos dosear os pensamentos nos veículos da palavra e isso nos compele a escrever ou falar. Porquanto a flexibilidade construtiva servir-nos-á de apoio. Ou então desconheceremos, com prejuízo para nós mesmos, o imperativo da harmonização. Muitas vezes julguei, atendendo à minha vocação para a franqueza, que bastariam medidas de ordem administrativa para atender a essa ou aquela tarefa. Entretanto, vim a saber neste outro lado da vida que nem todos possuem a mesma capacidade de assimilação das realidades espirituais, de modo que, obrigados a lidar com esses princípios, vamos aprendendo a estampar os raciocínios claros em longos trechos de esforço para alcançarmos o coração de cada companheiro. Necessitamos construir, e construir demanda aproveitamento de todo material em nossas mãos, de maneira a alcançarmos os fins a que nos propomos. Aí no mundo terreno, não sabemos avaliar a extensão das utilidades de uma frase reconfortante ou de um pequeno gesto de solidariedade”.
A centésima sexagésima oitava intervenção espiritual, em 17 de junho de 2022, que passou a ser presencial na Fundação Marietta Gaio, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 76 (“Na propaganda eficaz”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 27 (“Pedi e obtereis”), item 23 (“A felicidade que a prece oferece”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Vinde, vós que desejais crer, homens de pouca fé! Se soubésseis o quanto a fé faz bem ao coração e conduz à prece, uma sinfonia possível de ser criada por qualquer um pode surgir, e distinta a cada vez que invocamos os Espíritos, à medida que os mistérios começam a se dissolver ao Deus se revelar e nos convidar a conhecer a verdadeira vida. Aqui mesmo e não necessariamente quando vossa alma se desprende da matéria e se eleva a mundos infinitos e celestes, que boa parte da Humanidade ainda ignora. A partir do momento que a alma passa a ouvir e sentir ao se lançar nessas esferas e mudar de perspectiva, enlevada pela prece, dando curso à evolução.
E prosseguir no seu caminho, embora muitos considerem como carregar sua própria cruz, e um dia alcançar a morada do Pai, onde meu pai deixou de ser curto com as palavras e se expandiu para de fato alcançar o coração de cada companheiro, quando vislumbrou insofismavelmente que “nem todos possuem a mesma capacidade de assimilação das realidades espirituais”.

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Antonio Carlos Gaio
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