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CAPÍTULO CVIII – O MAL PREVALECERÁ SOBRE O BEM NA PANDEMIA?

O coronavírus nos aprisionou dentro de casa. Embora não se veja uma corrente de humildade diante de quem nos sujeita ao seu domínio e poder. Pelo menos, para não se contaminar. E quem não se sujeita, até por necessidade, corre um tremendo risco.
Atravessamos um período conturbado, não apenas como consequência da pandemia ocasionada pela Covid-19, mas também por uma atmosfera de ódio, preconceitos, discriminações e morte, em completo desacordo com a proposta espírita de transformação do mundo.
Por que, neste mundo, com tanta frequência, parece-nos que a influência dos maus tem primazia sobre a dos bons? Pela fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Estes, quando quiserem, assumirão a preponderância (questão 932 de “O Livro dos Espíritos”, Parte Quarta (Das esperanças e consolações), Capítulo I (Das penas e gozos terrestres), Item 1 (Felicidade e infelicidades relativas).
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nessa mesma série, a centésima oitava intervenção espiritual, em 12 de junho de 2020, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Parte Terceira (Das leis morais), Capítulo VII (Da lei de sociedade), constantes do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, em que me debrucei sobre o tópico “Necessidade da vida social” desdobrado na questão 768 respondida por Kardec, assistido por espíritos regeneradores. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem).
Os Espíritos afirmam que a união social é essencial para assegurar o bem-estar e o progresso da sociedade. Isolados, nos embrutecemos e enfraquecemos o conteúdo espiritual. Fomos feitos para nos complementarmos uns aos outros, sujeitos a entrar em contato com o que nos é diverso, pois homem nenhum possui faculdades completas.
O espiritismo não é doutrina apartada dos problemas sociais e pandêmicos que recaem sobre a população mais pobre. Assim, o constante recurso ao uso de ideias e práticas tacanhas e autoritárias e sua marca anticivilizatória, incapaz de reconhecer importantes avanços obtidos ao longo dos séculos pela Cultura e pela Ciência, pode acarretar seríssimos prejuízos à sociedade e ao próprio movimento espírita por ofender direitos e garantias fundamentais do cidadão, que não são de hoje.
Por tudo isso ser próprio de “Espíritos inferiores que não se incomodam com os fatos absurdos que inventam, com as mentiras que proferem e com as grosserias de que dão mostras, falando com a mesma segurança do que sabem e do que ignoram, a tudo respondendo sem qualquer compromisso com a verdade” – Revista Espírita, janeiro e setembro de 1859.

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Antonio Carlos Gaio
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