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CAPÍTULO CXCVIII – VISÃO DE ÁGUIA

Cada carreira ou tipo de trabalho que abraçamos é uma fase, um período de vida. Cada dia não é gasto a procurar saber o que faremos no dia seguinte? Portanto, o que são as diferentes existências corporais para o Espírito, senão fases, períodos, dias para sua vida espírita, que é, como nós sabemos, sua vida normal? Em sendo a vida corporal transitória e passageira.
Ato contínuo ao ser vivente morrer, o Espírito se torna feliz quando consegue se desembaraçar do corpo que o incomodava, a que considera uma vestimenta ruim e imprestável para o seu exercício. Por outro lado, todo ser aqui encarnado nutre um medo da morte por não saber o que estará reservado à sua pobre alma no Plano Espiritual, se castigo ou compreensão com sua trajetória. Uma verdadeira contenda entre “graças a Deus eu morri” versus “medo de morrer”.
As contrariedades da vida provêm de duas origens bem distintas, umas causadas pela vida presente, outras, em outras vidas.
A centésima nonagésima oitava intervenção espiritual, em 8 de setembro de 2023, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 106 (“Como cooperas?”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 5 (“Bem-aventurados os aflitos”), itens 4 e 5 (“Causas Anteriores das Aflições”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Ao buscar as origens dos males terrenos, quantos homens não são vítimas de seu desleixo e imprevidência, por não saberem limitar seus desejos, com o coração não servindo para nada em uniões infelizes, se em disputas tivessem lidado com um pouco mais de calma e com menos melindres, não se sujeitassem a excessos de toda ordem, e, como resultado de sua indiferença e comodismo, não se afligissem com a falta de respeito, a ingratidão e a má tendência dos filhos.
De que adianta acusar sua má estrela, se os sofrimentos são consequência de seus maus atos, soando como advertência para não negligenciar entre o bem e o mal, de forma a evitar uma fonte maior de desgostos no futuro? Se confiar na impunidade, retardará seu adiantamento e, por conseguinte, sua felicidade futura.
Se no início da vida eu viesse munido de uma visão de águia, de quantos erros eu não teria me preservado? O único ser esvoaçante a olhar diretamente e para dentro do Sol, a encará-lo como a um Deus. Porquanto, onde há sombra, existe também luz esperando uma brecha para ser liberada e afastar o temor do perigo iminente. E irradiar o aperfeiçoamento moral e intelectual.

Antonio Carlos Gaio:
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