Todos se perguntam: a pandemia irá mudar o mundo? O Bem e o Mal serão reescritos? As pessoas se tornarão melhores? Ou continuará tudo como dantes? E haverá um apagão em nossas capacidades e ficaremos embotados. Engasgados com o coronavírus na goela. Ou daremos um passo seguro em direção ao que Chico Xavier previu: um dia, haverá só uma religião no mundo e terá o nome de fraternidade.
Quando o conflito não é entre o Bem e o Mal e sim entre o conhecimento e a ignorância, ensina Buda, desde o século VI a.C. O conhecimento ilumina a nossa mente e evidencia seu brilho em nosso rosto. Porquanto nos resgata do labirinto em que nos deixamos perder à procura de uma saída para nossos problemas. Já a ignorância trava a nossa evolução, congela as nossas possibilidades de reagir e conturba o livre-arbítrio de que tanto necessitamos para cumprir o que nos foi destinado nesta encarnação.
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nessa mesma série, a centésima décima segunda intervenção espiritual, em 10 de julho de 2020, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, itens XVI e XVII, constantes do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem). Agora é o tema que se pretende desenvolver e que conduz à pesquisa na doutrina kardecista.
A pandemia pode trazer um bem tal que talvez não consigamos enxergar. Algo completamente estranho ao que até hoje conhecemos e que contradiz ideias preconcebidas. Irradiado de todos os pontos do Universo e isso vir a se concentrar no cérebro de cada indivíduo, médiuns ou com tal sensibilidade ainda não desenvolvida. Portanto, não ser de concepção humana e a opinião geral até a repelir por duvidar, se falso ou verdadeiro.
O Bem irá aqui desembarcar se o nível de consciência do planeta subir ao desenvolver as ferramentas do amor, da aceitação e da adaptação, além da paciência e da tolerância, em suma, o respeito por todos os seres vivos. Jamais encarnando um negacionista, pois será a vitória das trevas negar a realidade da pandemia. Isso se não a vir como uma coisa ruim e sim valiosa para o ensinar, caso esteja disposto a aprender que um vírus tão agressivo como esse não seja do Mal nem do Bem. Foi e está sendo necessário, ainda mais que gerado pelo próprio homem através de constantes violações de leis universais.
Se julgado pela lente maniqueísta do microscópio, que só detecta o bem e o mal, você pode optar por ver o coronavírus com medo e aniquilar com sua paz de espírito e energia vital, problematizando seus relacionamentos e sua saúde. Quando há que enfrentar o presságio da morte na pandemia e não se deixar vencer por suas limitações, galgando à cura. Se reagir com incompreensão, taxando o vírus com palavras pesadas, e não o tratando com sabedoria, a desarmonia e o desespero se instalam. Salvo se tornar-se invulnerável buscando sua força interior e trocando problemas por oportunidades para crescer interiormente. Se acontece uma pandemia é porque há um propósito. Cuide-se!
Seria racional pensar-se que no homem terminam os anéis que formam sua cadeia molecular, desde a matéria bruta do primitivismo até o ser mais racional, e que ele transponha sem transição a distância que o separa do Infinito? Uma lacuna que é preenchida pelos seres de todas as ordens do mundo invisível, e que não são mais do que os Espíritos dos homens nos diferentes graus que levam à perfeição.