Precisou que o Espiritismo fosse codificado e organizado por Allan Kardec, até por receber diversas influências de crenças e filosofias que o antecederam, tal como o Cristianismo, baseado no amplo sentido humanitário e na solidariedade centrados na lei da caridade. No Budismo, associado às reencarnações e ao carma, e no evolucionismo de Darwin, a explicar a origem, a transformação e a perpetuação das espécies ao longo do tempo, em incessante fluxo de transformações do mundo natural, biológico e espiritual. Mas a fé do Espiritismo é baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo, um espírito muito evoluído que trouxe Luz ao planeta.
O que de fato contribuiu para o crescimento do espiritismo foram as manifestações espirituais que iam se repetindo por toda parte, quando anteriormente eram consideradas uma perturbação mental a caminho do manicômio. Divaldo Franco, por exemplo, se comunicava com espíritos desde criança, e, por muito tempo, foi incompreendido pela família e sendo considerado lunático, chegando a parar nas mãos de psiquiatra. Mesmo depois de ter crescido, o médium ainda sofria para ser aceito, nele se destacando a capacidade de fazer palestras sem precisar se preparar ou garimpar nenhuma informação. Por ter contato mediúnico desde cedo, Yvonne do Amaral Pereira lembrava de sua vida passada e isso fazia com que julgasse sua casa e o seu pai como elementos estranhos. Desde bebê, sofria acessos de tosse que a sufocavam e, atestada como morta, acordava depois, chorando. Transformando-se em experiências de quase-morta contadas em seus livros. Podia fazer sessões de materialização e receber espíritos de pessoas importantes como o Dr. Bezerra de Menezes, cujo encontro com o Espiritismo foi em 1875, somente depois de formado em medicina e feito mestrado, casado duas vezes e ingressado na política. Considerado o “médico dos pobres” por ajudar muito as pessoas desfavorecidas, parecendo um espírita inconsciente.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima décima nona intervenção espiritual, em 28 de agosto de 2020, efetivou-se sob a égide da leitura da “Vinha de Luz”, 31 (“De ânimo forte”) e estudo preliminar sobre o item 12 (“A fé divina e a fé humana”) do capítulo 19 (“A fé transforma montanhas”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
A fé nasce com o ser humano, que lhe cumpre no tempo fazê-la despertar, germinar e crescer por força de sua própria vontade ativa, pois é a consciência viva e pulsante que ele adquire da sua imensa capacidade. Mas a fé somente é compreendida em seu sentido religioso e Jesus Cristo como chefe de uma religião e capaz de ter operado milagres inacreditáveis, cuja causa era desconhecida dos homens de então, mas que, hoje, em grande parte se explicam e se compreendem pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo, evidenciado em cura física e mental.
Mas não há que se abstrair do germe indutor da vontade de querer e na certeza de que essa vontade pode se realizar. O homem de muita inteligência, o gênio, triunfa se tem fé, quando sente que pode e deve atingir sua meta, o que lhe confere uma notável força. O homem de bem que deseja preencher sua vida com nobres e belas ações, tira de sua fé, acreditando na certeza da felicidade que o espera, a convicção necessária para realizar os milagres de caridade, de devotamento e de renúncia.
Não carecemos de fé somente no Divino, mas especialmente nas forças que carregamos conosco desde que nascemos, que não passam de um desenvolvimento dos dons e capacidades humanas para, por vezes, realizar prodígios.
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