Para pregar que o reino dos Céus se avizinhava, Jesus Cristo recomendou aos doze apóstolos para se dirigir antes às ovelhas perdidas da casa de Israel e, por hora, não procurar os gentios (pagãos) nem entrar nas cidades dos (falsos) samaritanos, por não serem suficientemente esclarecidos e a conversão viria a seu tempo. Não que Jesus fosse exclusivamente voltado ao povo judeu por suas origens, e sim pelos judeus já acreditarem num único deus e esperarem um messias, estando suficientemente preparados pela lei de Moisés e condicionados pelos profetas. Portanto, ide semear em terreno já desbravado e a conversão dos pagãos virá a seu tempo. De fato, mais tarde, a cruz seria plantada no meio do paganismo.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima quadragésima sétima intervenção espiritual, em 13 de agosto de 2021, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 55 (“Igreja livre”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 24 (“Não coloqueis a candeia debaixo do alqueire”), itens 8, 9 e 10 (“Não procureis os gentios”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
É grande o número de pessoas de boa-vontade que desejam a luz e que têm um gérmen fecundo de fé, não se devendo perder tempo com incrédulos sistemáticos e zombadores obstinados, que correspondem aos pagãos para os apóstolos. Eles hoje ainda são uma opinião obtusa que encontramos em muitos lugares, por se recusarem a ver e ouvir, e tanto mais resistem por puro orgulho. Mais vale abrir os olhos a cem cegos que desejam ver claramente do que a um só que prefere as trevas.
Deixá-los para lá não é indiferença ou pouco caso, mas boa política. Um dia, a hora deles há de chegar. Segundo Kardec, quando, dominados pela opinião pública predominante, e ouvindo a mesma coisa sem parar, repetidamente ao redor deles, acreditarão aceitar a ideia voluntariamente por si mesmos, e não influenciados por outras pessoas. E nunca mais pensarão igual como outrora ou, então, guardarão para si como um grande segredo a ser sepultado e esquecido.
Ocorre com as ideias o mesmo que com as sementes: elas não podem germinar antes da estação, e somente em terreno preparado. Eis por que é melhor esperar o tempo propício e cultivar primeiro as que germinem, evitando perder as outras sementes ao apressá-las muito.
A vida do ser humano está intimamente correlacionada a como a Natureza se desenvolve, reage e aflora. Não é mais com as armas de guerra que se combate a divergência, mas com a força da ideia.