O que mais se lamenta na pandemia é o coronavírus nos tirar de nosso convívio a figura do chamado anjo bom e iluminado, que veio para tornar nossa vida amena, agradável e frequentemente engraçada. De quem imaginamos não sofrer as pressões da vida terrena, a dura competição para sobreviver com bem-estar, se possível, de não ser aceito por sua forma de ser discrepante dos demais, somente sendo assimilado de verdade quando a Covid-19 o despachou para bem longe.
Aí, sim! Seu gênio, índole e inteligência serão reconhecidos como o espírito que regeu o destino de um ser humano a inspirar artes, sem maior destaque, mas sempre fazendo arte, como uma criança que não cresceu. E, ademais, para quê? Saudades, sentir falta, somente depois que se foi!
Quando se abriu um enorme abismo entre nós e não podemos cruzá-lo sob pena de não mais voltar, nem mesmo estarmos seguros de lá encontrá-lo, e findar nos perdendo. Afinal de contas, daqui não nos apercebemos que são muitos mundos, fáceis até de transitar de um para outro, no estado em que nos encontramos.
Mas se assim for, não seremos mais os mesmos, quimera com que tanto sonhamos materializar ao longo da encarnação, antes de partir para a grande viagem. E sabe-se lá onde estará o anjo bom e iluminado?
Por isso, foi antecipado o regresso do anjo bom e iluminado, ele tem mais o que fazer, ajudando a soerguer espíritos no Plano Espiritual, do que aqui, cuja característica maior é o carma e a expiação. Sua alma não precisou de muito tempo para enriquecer tamanho o seu amor pelo próximo não encontrar barreiras em agregar afeição, bondade e bom humor.
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nessa mesma série, a centésima décima sexta intervenção espiritual, em 7 de agosto de 2020, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Parte Quarta (Das esperanças e consolações), Capítulo I (Das penas e gozos terrestres), constantes do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, em que me debrucei sobre o tópico “Perda dos entes queridos” desdobrado na questão 936 respondida por Kardec, assistido por espíritos regeneradores. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem).
O Espírito é sensível à lembrança e às saudades dos que lhe foram caros na Terra. Portanto, se uma dor incessante e desarrazoada o tocar penosamente, nela vislumbrará falta de fé no futuro e de confiança em Deus ao não alimentar esperanças em que dias melhores virão. E, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que o choram e ao Espírito poder não se congraçar com inconformados que pranteiam os desígnios de Deus.
A árvore é uma representação da vida. Possui poder, envergadura, estrutura, desenvolvimento e resposta ao meio ambiente. Os galhos reagem à luz; se não a recebem, dobram-se e se contorcem para alcançá-la, alargando seu horizonte, mesmo os mais encarquilhados – a luz como metáfora para o conhecimento. O ser humano deveria adotar o mesmo procedimento, se estudasse melhor a Natureza. A natureza das coisas. Mas ainda não chegou lá.