A pandemia não foi preconizada para nos acostumarmos às notícias ruins veiculadas com frequência, e nos transformarmos, sem nos darmos conta, em seres amargos, incrédulos, desconfiados, pessimistas, paranoicos, sem esperança. A intenção é a de atualizar os padrões atuais de pensar do planeta Terra e não só se concentrar no poder miraculoso de uma vacina, febre que se espalha pelo mundo. O grande passo para a mudança é saber como conviver com o atual estado de coisas e adquirir consciência de nossos erros, mesmo que de forma lenta, quase imperceptível a olho nu. Desapegando-se de detalhes que não nos agradavam por julgarmos tudo estar tão errado e insatisfatório que nem a generosidade de certas pessoas nos comovia nem merecia ser louvada.
Por que não começar por agradecer ao esforço de tantas figuras anônimas e desconhecidas que nos antecederam e transformaram nossa convivência e nossas referências? Que nos permitiram avançar hoje, como não teria sido possível anos atrás, sendo, por isso mesmo, sacrificadas ou imoladas em sofrimento.
Com a gratidão, você se liberta da cegueira originada do orgulho e da intransigência de certas atitudes. Conecta-o com o seu benquerer e sua boa vontade, deixando de lado as palavras de acusação, sentimento de revolta e pendores para julgamento. Quem somos nós para julgarmos nossos semelhantes, se nos conhecemos apenas por alto? Se não bem dispomos da biologia dos animais e dos organismos vivos para a aproveitarmos em prol de pesquisas voltadas para a evolução do ser humano. Se não conhecemos nem como o inconsciente funciona e nosso cérebro ainda ser um território por explorar.
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nessa mesma série, a centésima décima oitava intervenção espiritual, em 21 de agosto de 2020, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Parte Terceira (Das leis morais), Capítulo IX (Da lei de igualdade), constantes do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, em que me debrucei sobre o tópico “Desigualdade das aptidões” desdobrado na questões 804 e 805 respondidas por Kardec, assistido por espíritos regeneradores. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem).
Deus criou iguais todos os Espíritos, mas como cada um realiza maior ou menor soma de aquisições em função do quanto obra seu livre-arbítrio para atingir graus diversificados de experiência e aperfeiçoamento, aí se substabelece uma diferença: a variedade de aptidões. Necessária para que os Espíritos mais adiantados possam auxiliar o progresso dos mais atrasados e também para que os seres humanos, necessitando uns dos outros, compreendessem a lei da caridade que os deve unir, e não discriminar. Assim é que cada um tem seu papel útil a desempenhar, devendo concorrer para a execução dos altos desígnios com que se preceitua a Humanidade para seguir e cumprir, em razão de se exigir muito esforço para não nos perdermos à sombra de impulsos primitivistas, se somos muito suscetíveis a resvalar para o erro e nos dirigirmos a imensos currais, onde lá permaneceremos indefinidamente.
Custa caro elevar o Espírito.