Não basta ver. Não basta a cura da cegueira que o obscurece. Não basta que a dádiva atenda aos seus caprichos perniciosos sem qualquer esforço pela elevação de si mesmo à bênção do Mestre. A Terra está repleta dos que creem e descreem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam, segundo o Espírito de Emmanuel. Mas não basta simplesmente ver, é indispensável escalar a montanha de trabalho que nos aguarda e de seu próprio testemunho durante sua trajetória, que tem como referência sublime as pegadas do Cristo, por mais que pareçam inatingíveis.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima vigésima quarta intervenção espiritual, em 9 de outubro de 2020, efetivou-se sob a égide da leitura da “Vinha de Luz”, 34 (“Não basta ver”) e estudo preliminar do capítulo 20 (“Os trabalhadores da última hora”), item 4 (“Missão dos espíritas”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Há que reduzir ao nada a soma das perversidades terrenas. Nada de temor aos verdadeiros adeptos do Espiritismo. Se ide falar, guiado por Espíritos elevados, quando se tratar de renúncia. A abstinência aos devassos, o desinteresse aos avarentos e a mansidão aos tiranos domésticos e opressores. Palavras perdidas? Talvez, mas que importa? Parti em cruzada contra a injustiça e a maldade. Vossas línguas se soltarão e falareis como nenhum orador fala. Que importam as ciladas que armarão no vosso caminho? Sereis mais felizes do que São Tomé porquanto acreditais sem precisar ver e aceitais os fatos da mediunidade. Os grandes batalhões de incrédulos se desmancharão perante vós! Mas, cuidado: entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviam do caminho! Como reconhecer, então, os que se acham no bom caminho?
Pelo ensino e pela prática dos princípios verdadeiros da caridade; pela consolação que ofertares aos aflitos; pelo amor e dedicação ao próximo. Já os que porventura vierem a falsear o espírito dos princípios divinos para satisfazer a sua vaidade e a sua ambição, esses serão destruídos.