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CAPÍTULO CXXXIII – BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES

Segundo o espírito Alex Bardoni, estava se perdendo o sentido das coisas, nada mais de peso era vivenciado e muito menos aprendido. Visava-se sempre o futuro, o próximo final de semana, a próxima festa, o próximo feriado, o próximo objetivo material. A grande maioria estava subutilizando a sua existência e, por isso, ocorreu a pandemia. Para frear a Humanidade, que se encontrava em um movimento sem eira nem beira, sem propósito e sem destino.
Não há que se pensar em realizações futuras e sim se concentrar no agora, já que a realidade atual exige que se viva um dia de cada vez. A ganância, o supérfluo e a vaidade tola foram contidas, muitos faziam questão de serem admirados por desfrutarem de situações únicas e exclusivas. Mas isso não nos vale de mais nada.
É impossível se sentir totalmente feliz e em paz no seio de nossos lares em plena pandemia, um sentimento de tristeza e não plenitude morde nossos calcanhares, sem cessar. Só assim nos aperceberemos de que, enquanto houver um enfermo, mal respirando o ar desses tempos sombrios, ou passando fome ou simples e absolutamente só, a felicidade estará longe de bater nas nossas portas.
Quando encarnamos, portamos uma situação cármica para solucionarmos e evoluirmos. O atual momento pode servir para uma reforma singular em nossa alma, como, por exemplo, nas pessoas de pouca fé, atraídas para buscar um significado existencial de horizonte maior.
Temos um período finito de tempo para nos aperfeiçoar. Esse é o recado da pandemia para mudanças comportamentais de relevo na Humanidade, como a diluição da empáfia humana. A forma escolhida foi uma pandemia e não uma guerra, justamente para não gerar sentimento de animosidade, divisão ou rancor. O fato da contaminação ser global e não pontual foi precisamente para romper todo preconceito quanto a fiéis de quaisquer crenças religiosas, etnias, posição social ou nacionalidade, a demonstrar que todos nos encontramos no mesmo plano – a igualdade de todos. Não estamos sozinhos nesta jornada, assistidos por milhões de mentores espirituais.
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nesta mesma série, a centésima trigésima terceira intervenção espiritual, em 5 de fevereiro de 2021, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Parte Segunda (Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos), Capítulo IX (Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal), constantes do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, em que me debrucei sobre o tópico “Bênçãos e maldições” desdobrado na questão 557 respondida por Kardec, assistido por espíritos regeneradores. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem).
Como somos compostos de gênios opostos, como o bem e o mal, que ganha espaço ou não a partir do que o livre-arbítrio decide, pode a maldição exercer momentaneamente influência, sobretudo sobre a matéria. Tal influência, porém, só se concretiza por vontade de Deus como aumento de provação para aquele que é dela objeto.
Se avizinha o dia em que a Ciência e os infectologistas descobrirão um tratamento eficaz contra a pandemia, seja com vacinas ou por outras vias. Tantas desgraças e tragédias, um verdadeiro holocausto a dizimação de famílias – as maldições -, o fato é que abriram caminho para a solidariedade, amor ao próximo, a fraternidade se elevar acima da irmandade consanguínea – as bênçãos. A elucidação em andamento do mistério do vírus que assola o planeta e a cura de tantos que se submeteram à expiação regeneradora.

Antonio Carlos Gaio:
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