Por vezes, parece vir de surpresa uma onda que pretende levá-lo daqui, encerrando sua encarnação, e dando início a um novo ciclo. Mas não é o que lhe parece. Pode ter sido um susto para interromper sua característica intrínseca de lutar incansavelmente em favor de seus ideais humanistas, e parar com esse afã de antever o que virá depois – no entender de espíritos elevados, de controlar seu destino. Quando perpassam frustrações em investidas não bem-sucedidas a interferir no vaticínio. A dar um toque em seu ombro, lembrando que por enquanto estás com os pés na Terra, faltando-lhe domínios por ainda entrar em contato e alargar seu conhecimento.
Não pretenda controlar o ir e vir da Morte, pois a única postura admissível diante dela é enfrentá-la com destemor, mas com muita humildade e resignação, se tiver de ser. O que não pode é pretender se arvorar em desenhar o passo a passo do desfecho final, como se seguindo uma mera bula de acesso a um sistema tecnológico. Puxarão sua orelha como se criança fosse ao ultrapassar seus limites. Para que bem compreenda a diferença entre você e Deus. Restrinja-se ao que tem por fazer, que já é muito, ao invés de ficar brincando de Deus. Claro que o médico diagnosticará que suas vias sanguíneas estavam um tanto bloqueadas, tendo provocado uma angina instável e necessitando alargá-las com stent. Digira as duas realidades, que te fará bem.
A busca pelos resultados não pode se converter em fonte de ansiedade, e sim de muita sabedoria, fruto das experiências que cada etapa é capaz de oferecer. É tempo de acalmar a mente para apreciar a sua jornada.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima trigésima nona intervenção espiritual, em 23 de abril de 2021, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 47 (“O povo e o Evangelho”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 23 (“Moral estranha”), itens 4 a 6 (“Abandonar pai, mãe e filhos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Os interesses da vida espiritual e futura estão acima de todos os interesses e de todas as considerações humanas. Não é que se tenha de descurar e reduzir a atenção dispensada à vida material e abrir mão de seus deveres e obrigações naturais à sua sobrevivência, sustento e capacidade de empreender.
Por acaso, se condena um filho por deixar seu pai, mãe, irmãos, mulher e seus filhos para marchar em defesa de seu país? Ao contrário, se lhe confere um grande mérito por cumprir um dever e amor à Pátria. Quando o mundo está repleto de casos em que as separações mais dolorosas são necessárias e nem por isso as afeições se rompem, o afastamento não diminui o respeito, nem a dedicação que se deve aos pais, nem a ternura para com os filhos, nem o sentimento fraternal.
A ocorrência de separações obriga tanto as famílias quanto as raças a se mesclarem umas com as outras em novas uniões. Caso contrário, elas se degenerarão mais cedo ou mais tarde se não houver cruzamentos, constituindo um elo importante na escala da evolução humana.
Isso comprova o quanto é importante para o homem o dever de ocupar-se com a vida futura e avançar pelos meandros da espiritualidade, aumentando o desenvolvimento da sensibilidade e do senso moral. A demonstrar que os verdadeiros laços de afeição são os do Espírito e não os do corpo, e que esses laços não se rompem com a separação, e nem mesmo com a morte do corpo. Ao contrário, se fortalecem na vida espiritual por meio da purificação do Espírito. Uma verdade consoladora que nos infunde uma grande força para suportar as contrariedades da vida.
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