O objetivo das manifestações espíritas é convencer os incrédulos de que nem tudo se acaba para o homem com a extinção da vida terrestre, propiciando uma ideia mais promissora e realista do futuro, por assim dizer. Os Espíritos bons vêm nos instruir para nosso aperfeiçoamento e progressão, mas nunca para revelar o que ainda não devemos saber. Ou que só conseguiremos chegar nessa etapa de evolução com o nosso esforço, trabalho e comprometimento.
Se bastasse interrogar os Espíritos para obter a solução de todas as dificuldades científicas ou para fazer descobertas no interesse da Humanidade, e ainda por cima lucrativas, qualquer ignorante poderia se tornar sábio sem estudar ou todo preguiçoso ficar rico sem trabalhar. É justamente o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam os homens de rara sensibilidade pela inspiração oculta, mas não os dispensam do árduo trabalho nem das pesquisas, a fim de lhes deixar o mérito.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima trigésima oitava intervenção espiritual, em 9 de abril de 2021, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 46 (“Crescei”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 23 (“Moral estranha”), itens 1 a 3 (“Quem não odiar seu pai e sua mãe”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Palavras drásticas de Jesus: “Se alguém vier a mim e não odiar a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e, até mesmo, sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Visto que a palavra odiar seria contrária à essência dos ensinamentos de Jesus, é preciso considerar os costumes e o caráter dos povos que influenciam na natureza particular das línguas, senão o verdadeiro sentido das palavras nos escapa. De uma língua para outra, injúria ou blasfêmia pode virar algo insignificante, sem contar o passar de séculos transformando o sentido original das palavras.
Portanto, odiar significaria não se deixar ficar restrito ao amor pela família, não se permitir a exclusivamente se entregar aos vínculos familiares, e sim caminhar em direção ao amor pela Humanidade, o amor ao próximo, ao amor entre os seres humanos ou viventes. Levado ao extremo, mas não para ser entendido ao pé da letra, todo aquele que dentre vós não renunciar a tudo o que tem, sem precisar encarnar um São Francisco de Assis, não chega sequer aos pés de Cristo.
Em suma, há que carregar sua própria cruz, que não é um símbolo limitado somente a Cristo para nos dar exemplo de injustiças e torpezas de que frequentemente somos alvos a cada encarnação. Sem, contudo, esquecer-se do amor e da ajuda ao próximo.
Somos todos aprendizes, cabendo a cada um fazer sua parte dentro do programa de edificação que lhe compete, ainda que se encontre sozinho ou perseguido pela incompreensão dos homens, suscitando o crescimento para discernir a vida espiritual e a imortalidade da alma.
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