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CAPÍTULO LIII – O DUELO

Já se foi o tempo em que o duelo existia para lavar a honra e calar as injúrias matando o seu ofensor. Mas o clima de desavença movido pelo orgulho e amor-próprio ferido persiste. Por não aceitarmos recuar diante das provações que somos obrigados a sofrer, mantendo em fogo alto o rancor, a discórdia e a guerra, grassando a falta de respeito e consideração, além de você não ser consultado, até para pensar em outra solução que não as adotadas, passando por cima do seu já considerado cadáver. Não se presta atenção a detalhes que ferem a sensibilidade na concepção de ideias e projetos, fazendo-o desistir de lutar diante do fato pois não se sabe quando o seu detrator está falando a verdade ou mentindo (muito), não valendo a pena se alongar na questão por absoluta inutilidade. Ou, então, convocá-lo para um duelo, hipótese essa rechaçada.

A quinquagésima terceira intervenção espiritual, em 2 de fevereiro de 2018, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre o item 11 (“O duelo”) do capítulo 12 (“Amai os vossos inimigos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma árdua viagem que o deve conduzir a um destino certo, não se abate nem se amofina com as contrariedades do caminho e dele nunca se desvia. De olhos fixos na meta a que se destina, pouco lhe importa se os obstáculos e os espinhos do caminho podem lhe causar danos, já que eles não o impedem de avançar.

Portanto, não existe outro caminho a trilhar a não ser nos conhecendo melhor, e cada vez mais. Dia chegará em que uma lucidez maior nos invadirá, descortinando algo no horizonte que não enxergávamos, seja aqui na Terra como no Céu, de tal modo que precisará arrancar a venda dos olhos para se conduzir pelo que dita a sua alma do fundo de seu coração. Pois travamos uma tremenda guerra em nosso íntimo: uma parte que quer seguir acolhendo o que o outro tem a nos dizer e a outra parte que quer ser você, de verdade.

Antonio Carlos Gaio:
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